Friday, October 05, 2007

Extravio

À noite, quando a casa dormia, escondida, ela escrevia poesias.
Dizia do que via nos dias, no vento, na chuva. Dizia do que sentia e não revela a mais ninguém.
Disse muito, sobre tudo.
Tanto, que virou palavras, perdidas nos cadernos, nas paredes, na terra solta do canteiro do jardim.

Homicídio singular

Quando jogou seu bebê no rio todos a condenaram.
Como podiam fazer isso?
Ela apenas o livrou da imundícia da realidade, das drogas da favela, da corrupção e da pedofilia.