À noite, quando a casa dormia, escondida, ela escrevia poesias.
Dizia do que via nos dias, no vento, na chuva. Dizia do que sentia e não revela a mais ninguém.
Disse muito, sobre tudo.
Tanto, que virou palavras, perdidas nos cadernos, nas paredes, na terra solta do canteiro do jardim.
Quando jogou seu bebê no rio todos a condenaram.
Como podiam fazer isso?
Ela apenas o livrou da imundícia da realidade, das drogas da favela, da corrupção e da pedofilia.